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quarta-feira, dezembro 29, 2004

Quem quer ir passar o ano à Indonésia? Ou então qualquer sítio ali para os lados do Índico? Parece que agora as viagens são à volta de 25€, é aproveitar!

PS - as minhas condolências.

segunda-feira, dezembro 27, 2004

Adivinha

Quem é que consegue, em duas ou três frases seguidas, citar Simone de Beauvoir, dizer que não ouviu a conversa porque estava a ler John Steinbeck, e dizer «seijamos justos» na última frase?

domingo, dezembro 26, 2004

Muito Irritante

É simples e muito, muito estúpido. Com desejos frequentes de ser engraçados ou espirituosos - e bastantes vezes até se dão bem - os jornais desportivos portugueses têm o hábito de colocar reticências em tudo quanto é sítio, para dar um tom de que vão dizer qualquer coisa de inesperado. E às vezes nem tem sentido nenhum. O que é simplesmente cretino.

Veja-se:
«Em termos pessoais, o esquerdino... português fala do ex-companheiro camaronês em tom elogioso.»
Luís Boa Morte sobre Pierre Wome, in O Jogo, 26-12-04

O que é que isto tem de espirituoso? Queriam que o Boa Morte fosse camaronês porque é preto? Gahhhhhhhhhhh.

segunda-feira, dezembro 20, 2004

TV 7 GUIAS

Já não via A Quinta das Celebridades há muito tempo. Mas hoje tive a oportunidade de ver um momento genuinamente engraçado, no qual o Alexandre Frota imitava o Castelo Branco e vice-versa.

Outro momento engraçado da noite, mas já não propositado, foi quando o José Castelo Branco foi ao confessionário, ou o que quer que chamem ao cubículo desta vez. Sinceramente, já não tem graça nenhuma gozar com o... - ia dizer homem mas arrependi-me - ele; tem piada só olhar para ele, porque já isso é mais do que suficiente.

Hoje, para não variar, só disse baboseiras. Comecemos. Leu uma adaptação foleira de um poema tradicional de lavadeira que terá sido o próprio a escrever (aqui vamos todos tossir ahem ahem), mostrando de novo que está talhado para ir para o rio esfregar a roupa logo de manhã.

Uma coisa que me faz cócegas no cerebelo é ver os membros da Quinta todos a dizer muito mal de alguém, mas sem nunca dizer o nome, à boa tradição portuguesa: esta semana foi o Castelo Branco a chamar galinhas a ex-membros da casa, mas quando Júlia as foi enunciando, este dizia «ah não, essa é uma querida». Hipócritas.

E, com a mesma desfaçatez e descontextualização com que frequentemente diz «noblesse oblige» - "a nobreza assim o obriga"/"tenho de me portar assim porque sou nobre" -, afirmou que as suas medidas eram: OMBROS 92, PEITO 92, CINTURA 60.

O OQE1BLOG interrompe a emissão para lembrar a todos que as medidas que se pedem não são umas medidas quaisquer. Qualquer alfaiate sabe isso. Qualquer pessoa sabe isso. Chiça, até qualquer modelo sabe isso.

Ilustremos.

Uma pessoa com as medidas 86-60-86.

As medidas 92-92-60 que José Castelo Branco diz ter.

As medidas 92-92-60 que José Castelo Branco teria caso não tivesse dito uma coisa abjecta.

E não parou ali! Não não! Ao ser-lhe pedido que descrevesse a sua relação com Alexandre Frota, Castelo Branco disse que «são grandes amigos mas totalmente opostos. Mas quando estamos juntos somos dois compichas». Não duvidamos, Zé, não duvidamos.

Para finalizar este post bastante irrelevante, José Castelo Branco disse que tirou todos os pêlos das pernas a laser, porque «um homem deve ser depilado». Curiosamente, estava convencido que ele preferia o contrário.

Atenciosamente, Barlos Bastro.

O Sócrates (não o filósofo, o engenheiro) anda a pedir que lhe dêem maioria absoluta nas próximas legislativas. Mas está tudo parvo, ou quê? E as razões que advoga são que «é necessário dar estabilidade ao Governo para que este possa tomar decisões com efeitos imediatos e sem atrasos». Que eu saiba, era isso que o Governo actual estava a fazer.

E daí, a ditadura também era um regime estável.

domingo, dezembro 19, 2004

A Minha Adenda

Muito agradecido ao comentário que me deixaram no post sobre o Prós e Contras/Humor. De facto, tinha mais uma coisa a dizer, que me passou ao lado... ou por cima, ou mesmo por baixo, caso eu fosse do sexo feminino, do qual não sou, se bem que é um assunto no qual estou dentro com frequência.

Na verdade, não me escapou o lapsus linguae da Fátima Campos Ferreira. No fim do programa, durante os agradecimentos aos convidados, quando chegou a vez do Ricardo Araújo Pereira a Faty decidiu chamar-lhe Gato. O que é feio; mesmo que ela se estivesse a fazer a ele, um directo televisivo dificilmente seria o local apropriado.

Mas graças à tecnologia subdesenvolvida da técnica bocal da Fátima Campos Ferreira, ela chamou-lhe, realmente, Rato. Então não basta fazer-se ao rapaz enquanto toda a gente vê, como após a evidente mas graciosa negação do convite por parte do senhor Ricardo ela decide insultá-lo? Mas que mau perder.

Em relação directa com isto, porque a Fátima Campos Ferreira e a Judite de Sousa são inseparáveis e praticamente indistinguíveis uma da outra, a Faty - deixem-se ser piroso, acho que no caso dela vem muito a propósito - não é a única a ter defeitos de fala, o que é curioso quando pensamos que a RTP devia ter os profissionais com menos defeitos da televisão portuguesa.

Também a Judite de Sousa tem o seu quê de troca-tintas, sendo a letra A correspondente à cor Azul, a letra B a Bermelho, e a letra J a cor-de-burro-quando-foge. A jornalista em questão substitui cuidadosamente todos os R's que não venham no início das palavras por uns muito mais interessantes D's. A Grande Entrevista torna-se assim no programa mais hilariante sobre a política portuguesa.

Diálogo simulado

FCF: «Olá Judite, estás boa? Rostaste do meu prorrama sobre o humor em Porturral?»
JS: «Olá Faty! Só vi a p'dimeida pa'dte, peço-te ped'dão.»
FCF: «Não faz mal, eu ravei-te o prorrama. E quem é que vai à Rande Entrevista no próximo prorrama?»
JS: «Na Quinta-Feid'da vai o P'dimeido-Minisdto demissionádio Ped'do Santana Lopes pa'da fala'dt do P'desidente da República e sob'de o o'dçamento de Estado ap'dovado.»
Momento Natalício 2: Topem a Entropia


Tendo como pano de fundo esta imagem de elevado calibre semiótico, na qual este Natal está muito bem ilustrado, desejo-vos a todos uma feliz quadra natalícia, de preferência sem indumentária de guerra.
Momento Natalício 1



Vejam só, cabe perfeitamente na meia das prendas de Natal! Sim, é mesmo isto que eu vou oferecer. Vem mesmo a calhar nesta altura do ano!
Momento Bush 2


Este é um exemplo da grande evolução da Humanidade no que respeita a bens materais. Agora também VOCÊ já pode ver o seu presidente enquanto aprecia um pedaço de delícia queijosa... E ainda é melhor quando o presidente em questão e o próprio queijo têm o mesmo quoficiente de inteligência!
Momento Bush 1


É bom ser o Presidente dos Estados Unidos e ter alguém que nos aconchegue as partes podengas... mas onde é que está a miúda nua que eu pedi??? Lembro-me de uma expressão dos filmes quando eu era pequeno... «Cabeças vão rolar!».
Uma Questão de Tensão

O ainda nosso Presidente da República, como todos vós deveis saber, sentiu-se mal hoje ao sentir uma quebra de tensão. A repórter da TVI teve um momento de brilhante clarividência e intuição jornalística quando, mais tarde na peça, referiu que «entre todos os presentes viveu-se um momento de tensão».

Há-que apreciar toda a categoria da jornalista neste acontecimento de tensão... baixa.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Olha o Humor

Após ter visto o programa Prós e Contras da Judite de Sou... quer dizer, da Fátima Campos Ferreira, tenho as seguintes coisas a dizer.

1. O humor não tem de ter crítica social. Prova.

1.1. O sketch do "Qual selo?" no Gato Fedorento não me parece que tenha crítica social propositada. É só idiota, o que é uma coisa boa, mas pega numa situação quotidiana. A crítica social pode ser lida nas entrelinhas do sketch, mas nem sequer é necessária para aquilo funcionar. E penso que nem sequer foi a intenção inicial dos autores. Se ela existe, terá sido bem posterior.

2. Humor não é igual a Ironia. Nem todo o humor é irónico. (ver Prova do ponto 1)

3. Também por isso, Ironia não significa Humor. Existem pessoas irónicas que não têm piada.

4. Graça não é Piada. Há quem tenha Piada com graciosidade, mas quem tem Graça nem tem de ter Piada para ser agradável de ver.

4.1. Exemplo: Bruno Nogueira. Diz-se por aí que o rapaz não tem piada, que frequentemente tem, e que o seu sucesso tem a ver com o ar dele. Isto é a Graça. Ele nem tem de fazer nada para as pessoas gostarem de vê-lo, e é por isso que muito do tempo que ele usa em palco é ocupado com silêncio.

5. Asneiras. Os humoristas portugueses de maior qualidade têm o hábito de dizer que não é preciso usar palavrões e ser ordinário para ter piada. É verdade. Mas também acham que não o devem fazer, porque é um facilitismo. Pode ser, mas não tem de ser. A comédia pode ser excelente e completamente visceral e bruta. Vejam com um dos mestres. E ele tem 67 anos.

6. Levanta-te e ri. Falou-se de forma injusta neste programa como baluarte da falta de qualidade do humor em Portugal. É injusto, dado o louvável esforço de implementação do stand-up em Portugal, com 40 anos de atraso - nos Estados Unidos, Lenny Bruce terá iniciado o género como o conhecemos, nos anos 60 (ou mesmo nos anos 50). A maioria deles é bastante fraca, claro, e há uns que nem perceberam bem a ideia. Mas isto é mais do que compreensível, há que dar espaço para o stand-up contemporâneo evoluir. Há uns que merecem.

6.1. Da mesma forma, não é justo porque a maior causa desta metonímia é o Fernando Rocha. Se queriam criticar o homem, que lhe dessem um nome. Mas ele está lá porque a produção do programa rende-se ao gosto pouco educado do público e marca espectáculos consecutivos de brejeirice como cabeça de cartaz, com ele. Que é um desperdício, é. Mas que alguns não têm de pagar por ele, o que também faz parte de uma atitude de rectidão, também é verdade.

7. Faz falta em Portugal uma grande parte da comédia, que é a idiotice pura. Até temos exemplos na nossa televisão, com um recente e mesmo actual, que são os The Mighty Boosh. A maior parte das pessoas não entende esse tipo de comédia, ainda. Existe essa tradição na comédia anglo-saxónica, e os gajos do Gato até têm bastante sketches meramente idiotas (ver sketch do jogo de xadrex), mas não há Megera de suporte. Estamos melhor do que há cinco anos atrás mas, mais uma vez, cá estarei para ajudar.

domingo, dezembro 05, 2004

Feliz Sinterklaas a todos. Uma celebração tolerante.


sábado, dezembro 04, 2004



E se não sabem quem é o Usher, é porque ele era a quinta tartaruga ninja.
Como sou auto-influenciável - o que só revela bom gosto -, os meus últimos posts incitaram-me a pronunciar-me com mais cuidado sobre duas das mais misteriosas características das mulheres (reparem que não digo sexo feminino, porque esse não é misterioso para mim):


Porque é que as mulheres vão sempre juntas à casa-de-banho?

Bah, exclamam vocês, ao olhar para o tópico. Eu faria o mesmo. Parabéns. É cliché debater isto e toda a gente o faz. Não é original e já nem tem piada. Como é que pode ter, quando até nos Morangos Com Açúcar tentam ser espirituosos com isto? As coisas têm limites.

Mas como todos os homens parecem não saber, eu digo. Elas vão lá cagar, mijar, tirar pedaços de bróculos de entre os dentes qual autocarro no rio, falar do gajo com quem estão, reparar que a cabra da amiga tem uma camisola mais gira, reparar que a cabra da amiga tem um decote maior, pôr as mamas para cima, comprar cigarros, comprar preservativos, comprar chupa-chupas para o caso de virem a dar jeito, jogar Scrabble, cuspir para o chão, contar até 10, ou, no pior dos casos, chamar a polícia.


Porque é que as mulheres demoram 15 minutos na casa-de-banho antes de se enfiarem na cama connosco?

É muito simples. Elas vão lá cagar, mijar, limpar todos os orifícios de novo, encontrar a chave das algemas, fazer a depilação (a-ha!), rezar ou fazer preces nativas, tomar banho (todas as mulheres tomam banho compulsivamente numa noite sexual), desentupir o nariz, desentupir a retrete, atirar o pau ao gato, reparar que afinal ter a camisola mais gira não tem importância quando se quer só engatar um badameco, tomar substâncias, pensar quando se vão casar, ler romances da Harlequin, dançar estupidamente enquanto nós não vemos, pôr uma perna por cima do ombro, lembrar-se do que disse Vilfredo Pareto, telefonar para o Expresso, ou, no pior dos casos, chamar a polícia.
Porque é que ainda dizemos casa-de-banho, e já não dizemos casa de jantar? Onde está a sala de banho? Eu acho que a casa-de-banho só pode ser maior que a sala de jantar, ou pelo menos hoje em dia dá-se mais importância à merda.
Chuva dourada na secção errada

Gostaria de agradecer ao Achtung Baby pelo generoso comentário que fez no blog dele sobre considerações aqui feitas, em vez de no meu próprio espaço de comentários. É um bom exemplo para vocês, leitores, do que é que acontece habitualmente aqui por estas partes.

Mas o Achtung Baby levanta uma questão pertinente, e não estou a falar de eufemismos homossexuais. Bem sei que o orgasmo pode ser potenciado pelo não esvaziamento da bexiga antecipadamente ao acto sexual. Estava a falar de casos em que «até já se mijava» ou, em português mais correcto, «até já se mijaria». Admito que fica um bocado esquisito. E vou mesmo mais longe. Se não se sente minimamente aflito, o leitor masculino do OQE1BLOG pode mesmo beber um copo de água que uma hora depois sentir-se-á bastante bem.

Mas os casos em que não nos decidimos se queremos ir ao penico ou não, podem, uma horita mais tarde, provocar total atrapalhação. E vergonha, muita vergonha. Céus, nem sequer pensemos em deixarmo-nos saciar as necessidades bexíguicas logo após a penetração com sucesso! Nem toda a gente tem esse nível de perversão (neste país diria mesmo 1 em 50 e, neste caso, 1 em 2000). Imaginem a vergonha, o escárnio, o horror a que nos sujeitaríamos! («sujeitaríamos» parece nome de jogador do FC Porto) Chuva dourada na secção errada!

É a projecção deste estigma a que quero chegar, e à interrupção do acto numa fase inicial, despropositada... A gaja pode não ser exigente com umas coisas, mas com outras é! Os 15 minutos de espera habituais não acontecem com toda a gente... Aliás, como é gaja, é provável que nem queira esperar.

Quantos anormais já vieram cá?